segunda-feira, 9 de junho de 2014
Como educar as crianças com a Copa¿
Pesquisadora indica como podemos usar os conceitos e conflitos do evento para educação dos filhos
Ana Vasconcelos
O Futebol faz parte da nossa identidade nacional. Brasileiros amam futebol e amam a Copa do Mundo. Tenho lembranças saudosas de quando era menina e sentia uma vibração enorme com a reunião da família em ano de Copa. Bandeirinhas, cornetas, comida gostosa e muitos gritos compunham um cenário que instigava nossa união não apenas enquanto família, mas como nação.
A copa de 2014 é especial pelo fato de ser aqui, em terra brasileira. Mas, essa proximidade nos coloca frente a frente com os problemas ligados à Copa, como a corrupção, gastos indevidos, desorganização e o sentimento generalizado de frustração com a política brasileira. Sem dúvida, isso afeta também a experiência das crianças. Semana passada tive que responder à indagação preocupada do meu filho de oito anos: “Mãe, por que naquele cartaz tem escrito que não vai ter copa? Isso é verdade ou é armação? ”.
As crianças maiores poderão questionar o que está acontecendo e não seria justo simplesmente agir como se tudo sobre a Copa fosse só alegria. Como pais e educadores, não devemos ter medo de ser francos sobre os aspectos negativos da Copa. Por outro lado, não podemos deixar que esses problemas ofusquem o que ela traz de melhor: o encantamento pelo esporte, a experiência de torcer em família e entre amigos, o sentimento de unidade nacional e o aprendizado sobre como o esporte pode aproximar gente de todo o mundo.
Tudo isso é educar. Ou seja, é acompanhar as crianças no seu crescimento como pessoas e cidadãs.
Ana Vasconcelos é educadora e pesquisadora no Instituto Presbiteriano Mackenzie. Foi professora e realizou trabalhos comunitários na África, Estados Unidos e Inglaterra. Escreve o blog Pérolas & Panelas. (http://www.perolasepanelas.com.br/)
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