terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Estádios da Copa de 2014 serão arenas multiuso

 

Campos esportivos promoverão cultura, turismo, esporte e lazer antes, durante e depois dos jogos

 

São Paulo (09/02/10) O que é uma arena de futebol? Há uma diferença conceitual que as singulariza diante dos estádios que hoje o Brasil conhece. Além do uso básico e fundamental, garantir espaço para as partidas das seleções, as arenas viabilizam diversos espectros econômicos que sustentam o fluxo de visitantes durante os jogos de futebol.

 

Um dos setores que serão impulsionados por essas novas estruturas é o turismo, segundo Rodolfo Torres, Gerente do Departamento de Desenvolvimento Urbano e Regional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Elas constituirão um novo paradigma do futebol mundial: "Sem arenas, não teremos Copa. Elas integrarão o futebol à inserção sócio-esportiva dos visitantes, além da sustentabilidade ambiental. A Copa se espalha pela economia, o que é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada", definiu.

 

Para o BNDES, esses equipamentos esportivos são prioridade de financiamento. Por intermédio do ProCOPA Arenas, o banco visa dar suporte à "construção de campos multiuso de tamanho padrão, o que gira em torno de 45 mil lugares, e autossustentáveis do ponto de vista das operações pós-Copa e do custo de manutenção da estrutura", definiu.

 

Ao todo, o BNDES dispõe de R$ 4,8 bilhões para custeio de arenas brasileiras. O teto financiado será de R$ 400 milhões por estádio, com prazo de 15 anos para pagamento e até 3 anos de carência. A instituição financeira estima que com até R$ 530 milhões será possível erguer completamente uma arena com todas as especificações técnicas exigidas pela FIFA.

 

EXPERIÊNCIA SUL-AFRICANA

 

A cidade de Durban, na costa ocidental da África do Sul, segue a tendência de construção das novas arenas de futebol. Conforme Eric Apelgren, coordenador de relações governamentais para a Copa do Mundo 2010, o caráter multifuncional da arena municipal viabiliza a sustentabilidade econômica desse espaço, pós 2010. "Mais que ser uma estrutura moderna, o conceito permite que o estádio seja usado sete dias da semana", explicou.

 

O futebol, portanto, não será a única fonte de renda desse tipo de estádio. "Buscamos um projeto que possa gerar renda extra e que assegure às áreas de recepção o seu uso durante ou depois da Copa, em outras formas de entretenimento". Um exemplo são as áreas vip, as suítes e o teleférico, já instalado e em pleno funcionamento, que já atrai turistas ávidos pela vista completa da obra de engenharia contemporânea. "Esses espaços são comercialmente viáveis, juntamente com outras áreas públicas ali criadas. O projeto inclui um anfiteatro, área aberta, playground, pista de corrida, restaurantes. Queremos uma Copa muito maior que o próprio futebol", observou. (Mtur)

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