Livro do cronista esportivo francês, Bernard Morlino, destaca os brasileiros Pelé, Tostão, Garrincha, Sócrates, Romário, Ronaldinho e Ronaldo.
Livro de fotos classifica os maiores nomes do futebol do mundo por estilo: Os Virtuoses, Os Pioneiros, As Muralhas, Os Arquitetos, Os Rebeldes, Os Reis, Os Pit Bulls e Os Atiradores de elite
O futebol é um dos esportes mais populares no mundo e têm seus grandes temas e figuras, exatamente como a história, o cinema e a literatura.
Neste mais recente lançamento da editora Larousse do Brasil “Craques do Futebol”, o jornalista francês Bernard Morlino mostra em mais de 100 fotos ídolos do esporte, que tem para o mundo, uma dimensão quase que mística.
Os Virtuoses, Os Arquitetos, Os Rebeldes e Os Atiradores de elite. São assim que respectivamente Pelé, Tostão, Sócrates e Ronaldo são classificados no livro. Ao todo foram escolhidos 88 jogadores que representam um momento importante ou uma escola influente na história do jogo.
A foto da capa é do Rei Pelé. Ele está entre os “Virtuoses“, como Diego Maradona, Zinedine Zidane e Eusébio. Sobre o rei, Morlino conta que a partir de 1958, Pelé tornou-se a encarnação do futebol. Todos os garotos pensavam nele antes de dormir, numa época em que as imagens fixas instigavam a imaginação. Sem nunca tê-lo visto jogar, a totalidade do planeta começou a adorá-lo, a ponto de torná-lo um dos personagens essenciais do século XX.
Garrincha pertence ao grupo dos “Reis”, ao lado de Franz Beckenbauer. Sobre o alemão o jornalista o define como “O jogador que rechaçou a idéia de perder”. Ele detestava incomodar-se por ninharias. Avançar, deslocar-se, correr o tempo todo, ser obrigado a abandonar sua posição com frequência, tudo isso era motivação para vencer. Ninguém nunca o viu com o semblante prostrado. Mesmo abatido, deixava o gramado de cabeça erguida.
No grupo dos “Rebeldes” o jornalista destaca Sócrates, Romário e Ronaldinho. Sobre o doutor, o jornalista o define como um Hippie. Paz e amor. Nenhum jogador de futebol encarnou melhor o movimento hippie. Grande em altura e em tolerância, ele lutava pelos desfavorecidos, junto ao Partido dos Trabalhadores. Íntimo de Lula, antes que esse fosse eleito presidente do Brasil. Suas pernas longas de musculatura fina fizeram dele um meio-campista ofensivo famoso. Com a barba que lhe comia o rosto, o homem engajado não tinha o mesmo engajamento no campo, onde não liberava o instinto assassino que transforma uma derrota em vitória nos últimos instantes.
Ainda sobre o Doutor Sócrates, Morlino diz que a experiência dele no movimento Democracia Corintiana é vista como exemplo de um atleta que pensa e joga.
Romário também está no grupo dos Rebeldes é definido como “o carioca que chamou Pelé de Velha relíquia”. Sobre o baixinho, o autor conta - No Brasil, todos jogam futebol, mas ninguém se torna Romário, exceto ele, é claro .... Nada lhe dava mais prazer que penetrar nas defesas para entrar na área com a bola colada nos pés. Ele era um alívio num mundo onde reinava a força física. Uma dançarina de Begas perdida num ringue de luta livre.
Em “Craques do futebol” o leitor vai encontrar ainda os pioneiros Vignal e Facchetti; os reis Kopa e José Andrade; as muralhas defensivas Trésor e Barthez; os pit bulls Rijkaard e Matthaus; os atiradores de elite Fontaine e Van Basten; os rebeldes Best e Tigana; os aquitetos Ben Barek e Gullit e os virtuoses Puskas, Di Stefano, Cruyff, Platini, Maradona, Cantona e Zidane. “Craques do futebol” relembra o tempo das façanhas de cada ídolo sem negligenciar os destinos interrompidos.
O autor: Bernard Morlino
Nascido em Nice em 1952. Tem três filhos e 20 livros publicados. Jornalista há mais de 25 anos. Descobre o futebol em 1959, no estádio Du Ray, onde é cativado pelo charme do time do Nice, que ele celebra intensamente no editorial do programa do clube. Sua outra equipe fetiche é o Manchester United. Crítico literário no Figaro Littéraire e no Service Littéraire.
Biógrafo de Emanuel Berl e de Philippe Soupault, de quem foi muito amigo. Memorialista, escreveu Manchester Memories, considerado um dos cinco melhores livros de 2000 pela revista L’Équipe, e Louis Nucéra, achévé d’imprimer. Acaba de publicar JO nostalgie, com prefácio de Christine Caron.
Pratica futebol, ciclismo, motociclismo e caminhada. Foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras da França no governo de François Mitterrand. Ama o futebol do ponto de vista do campo. Esta obra do olhar torna-se grande arte quando vista por meio de seus olhos e de sua paixão.
Craques do Futebol
Editora: Larousse do Brasil
Pág: 224
Preço: R$ 129,90
Tradução: Paola Morselho e Antonio de Pádua Danesi
Autor: Bernard Morlino
Prefácio: Milton Neves