segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Santos 2 x 1 São Paulo - Artigo: "FUTEBOL MOLEQUE"

 

 FUTEBOL MOLEQUE

 

Sou santista desde que me entendo por gente, nascido na cidade e torcedor do Santos FC.

Quando eu nasci, Pelé já era mais do que mundialmente consagrado - coroado “rei”, apesar de seus poucos 19 anos - e o time da Vila Belmiro, que já estava virando “a vila mais famosa do mundo” encantando até quem não torcia para o alvinegro praiano mas, principalmente, tirando o sono dos adversários mais fanáticos.

Aqueles eram tempos de futebol fácil. A única regra era matemática: ganhava quem marcava mais gols do que sofria! Outras máximas desse futebol ofensivo eram: “A melhor defesa é o ataque!” e “Quem não faz, leva!”. Simples, assim!

Com isso, ir aos estádios era pura diversão!

Pelé só saiu, já aos 34 anos, para jogar no exterior. Antes, recusou inúmeros convites para atuar em clubes famosos. E ele não era exceção: até então, dava para contar nos dedos os brasileiros que partiam para o Velho Mundo.

Por conta disso, o futebol brasileiro era uma grande festa, fervilhando de craques e times maravilhosos.

Aí, lá para o final dos anos de 1970, começou o êxodo de brasileiros para o exterior: Marinho Perez, Luiz Pereira, Leivinha, Jairzinho...

O futebol brasileiro, tricampeão mundial jogando “futebol arte”, de repente achou que tinha que aprender com a retranca européia. O 4-2-4 foi morto e sepultado, os pontas foram banidos e entramos na “fila”.

Com a “porteira aberta”, os europeus continuaram a levar nossos craques, nas décadas de 1980 e 1990: Zico, Careca, Sócrates, Romário... Foi nessa época que comecei a ver crianças ostentando, orgulhosas, uniformes de times estrangeiros.

Para piorar, até alguns técnicos de seleção começaram a exortar os poucos craques que ainda estavam no Brasil a irem para o exterior.

Isso também afetou aquele ótimo time do Santos, de 2002:

Perdemos Diego, Elano, Alex e, finalmente, Robinho, o “Rei das Pedaladas”.

As investidas de europeus, asiáticos e árabes chegaram a tal limite, que jogadores juvenis passaram a ser “contratados” ainda nas fraldas. E o futebol brasileiro voltou a ser burocrático, sem graça, tanto que chegaram a importar “ídolos” argentinos, para suprir a deficiência nacional!

Repatriação? Bem, voltavam só os “rodados”, se bem que Zé Roberto ainda estava tão bem, que o chamaram de volta.

Aí, trouxeram o Ronaldo de volta... E dá-lhe marketing!

Ainda investindo no futuro, o Santos fez estrear Neymar; Paulo Henrique Ganso foi outra grata surpresa; Dorival Júnior começou a “arrumar a casa” e aí, quando ninguém esperava, Robinho voltou, antes dos 30! E dá-lhe marketing, também!

E não é de marketing que vive o negócio futebol? E negócio tem que dar “retorno”!

A estréia dele foi contra o poderoso São Paulo, que também é santo e faz dos seus milagres. Mas o time da Vila, pródigo em duplas históricas, colocou Neymar e Robinho, no segundo tempo.

Bastaram poucos minutos para o futebol moleque, simples e envolvente, ressuscitar, num jogão de bola!

E a estrela voltou a brilhar!

Bem vindo, Rrrrrobinho, com ou sem “letra”! E que outros voltem para que a magia retorne definitivamente aos gramados brasileiros!

 

Adilson Luiz Gonçalves

Mestre em Educação

Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor

E-mails: algbr@ig.com.br e prof_adilson_luiz@yahoo.com.br

 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Museu do Futebol - Férias e Exposição Ora, Bolas!

Quem for ao Museu do Futebol nas férias de janeiro poderá se divertir com as atividades especiais para a temporada. As atividades acontecem todas as quintas e também aos finais de semana. Além dos jogos, os visitantes podem conferir a mostra "Ora, Bolas! O Futebol pelo Mundo". Fotos mostram que um jogo de futebol pode ser improvisado em plena Muralha da China, num mosteiro budista em Mianmar ou em um coliseu romano na Tunísia. Das 51 imagens expostas, 37 são do fotógrafo Caio Vilela. As outras fazem parte do acervo editorial da Getty Images. Além das fotos, vídeos e textos levam aos visitantes informações e curiosidades sobre os diversos países representados e o futebol jogado no local. Quem for à exposição também terá a oportunidade de conferir uma vitrine com as 11 bolas usadas nas Copas do Mundo de 1970 até 2010. A curadoria fica a cargo de Marcelo Duarte e Augusto Lins Soares.

 

 

Estádio do Pacaembu - Pça. Charles Miller, s/nº, Pacaembu, região central, 3664-3848. Ter. a dom: 10h às 18h (bilheteria até as 17h). Livre. Ingr.: R$ 6 (com meia entrada para estudantes e idosos). Quinta-feira gratuito.

 

 

 

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Meu palmeiras vai jogar, junto dele sempre estou



Alma Palestrina retrata com o olhar apaixonado de um palmeirense a vida esportiva de outro tempo. Um tempo em que a voz do coração valia mais que o doce encanto das liras estrangeiras.


Imagine um jogador de futebol que também teve sucesso na prática do atletismo, do vôlei, do basquete e do tênis de mesa, sempre defendendo as cores de um mesmo clube. E mais, depois de tudo isso se tornou árbitro, tendo sido convidado para apitar a partida inaugural do Estádio do Pacaembu. Conhece alguém com esse perfil? Talvez para os tempos atuais seja inimaginável uma pessoa conseguir essa proeza, mas a torcida de um dos times mais vencedores do Brasil pode se orgulhar de ter tido um esportista assim presente em sua história.
Trata-se de Ettore Marcelino Domingues, ou só Heitor, como ficou conhecido pela torcida do Palmeiras, clube do qual é o maior artilheiro de todos os tempos, com 284 gols. Foi o primeiro grande ídolo do time, nas décadas de 1920 e 30, quando este ainda se chamava Palestra Itália.
Mas apesar de tantos feitos, o nome ainda é desconhecido por grande parte da massa palestrina. Heitor viveu em um período no qual a cobertura esportiva ainda era incipiente, razão pela qual há poucos registros sobre sua história, apesar de ter-se eternizado no coração de um povo. Com o objetivo de preservar essa memória, o fanático palmeirense Fernando Razzo Galuppo publica agora pelo selo “Paixão entre Linhas, da Editora Leitura”, Alma Palestrina.
Mais do que uma biografia do genial Heitor, Alma Palestrina é uma forma de gratidão a quem começou uma história gloriosa nos gramados do mundo inteiro. E, como diria o autor Galuppo, uma homenagem a um exemplo de disciplina, dedicação e superação, qualidades que definem a chamada conduta palestrina, perpetuada ao longo das gerações pelas famílias palmeirenses.
E essa transmissão do amor pelo Palmeiras de pai para filho, seguindo a indicação do avô, é bem retratada em outro livro sobre o Verdão. Por Nosso Alviverde Inteiro é uma história em quadrinhos, destinada às crianças, na qual cinco jovens palmeirenses narram toda a história palestrina. Feito na medida para aqueles que estão dando seus primeiros passos no Estádio Palestra Itália.
Mas a trajetória alviverde é esmiuçada mesmo, de Heitor a Marcos, em O Time do Meu Coração. Também organizado por Fernando Razzo Galuppo, este pocket book é um verdadeiro guia que trás todas as informações essenciais sobre o Verdão. Com capítulos dispostos de uma maneira que facilita a leitura, a obra oferece ao leitor todo o histórico do clube, década a década, fichas dos principais jogos, todos os títulos, atletas que mais defenderam o time, maiores artilheiros, patrimônio e muitas curiosidades.
Alma Palestrina, Por Nosso Alviverde Inteiro e O Time do Meu Coração fazem parte da coleção de estreia do selo Paixão entre Linhas. São obras que podem ser compradas juntas, em um kit, ou separadamente, e transmitem a memória do Palmeiras a torcedores-leitores de todas as gerações e diferentes gostos.
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Entrevista de Fernando Razzo Galuppo, autor do livro Alma Palestrina

O que faz do Palmeiras um clube diferente de todos os outros? Por que o torcedor do Verdão deve ter orgulho de seu clube?
O volume de conquistas nas mais de 36 modalidades ao longo dos seus 95 anos é o que mais diferencia o Palmeiras das demais equipes brasileiras e mundiais. O Palmeiras é um sonho olímpico que ultrapassa gerações, além de estar entre as principais equipes do futebol mundial. Para se ter uma ideia, o Verdão foi aclamado no ano 2000 como o Clube Campeão do Século XX tanto no futebol quanto no futebol de salão, por haver conquistado os principais títulos oficiais que disputou. O Palmeiras é o único clube mundial que vestiu a camisa da seleção nacional do seu país no basquete, futsal, hóquei e futebol. O orgulho de ser palmeirense começa a partir do momento em que o clube supera duas Guerras Mundiais, crises internas e externas, pressões políticas e perseguições pela sua ascendência e raiz italiana na sua iluminada fundação, que levaram a instituição a mudar de nome de Palestra Itália para Palmeiras. Para o palmeirense, o seu clube está além da esfera esportiva. É um estado de espírito que está acima de ganhar ou de perder. É uma tradição que se renova de pai para filho. Ele vive o Palmeiras 24 horas por dia de modo visceral e apaixonado. Para o palmeirense não existe o meio termo. Ou estamos no céu. Ou estamos no inferno. Nunca inertes. Sempre inovando através do seu característico pioneirismo, seja nas arquibancadas ou nas ações promovidas pela instituição.

Cite um jogo inesquecível na trajetória do Palmeiras.
Não dá para citar apenas um jogo marcante na vida do Palmeiras. Todo jogo do Palmeiras é inesquecível. Mas, para constar: Palmeiras 4 a 0 no Corinthians em 12/6/1993. Vitória épica que tive o imenso prazer de assistir ao lado do meu querido pai no estádio do Morumbi. Ao longo da história, gostaria de estar presente no estádio nos seguintes jogos: Palestra Itália 2 a 0 no Savoia em 1915, Palestra Itália 2 a 1 no Paulistano em 1920, Palestra Itália 8 a 0 no Corinthians em 1933, Palmeiras 3 a 1 São Paulo em 1942, Palmeiras 2 a 2 Juventus da Itália em 1951 e Palmeiras 3 a 0 Seleção do Uruguai em 1965.

Quais os maiores ídolos da história do clube?

Os meus ídolos palmeirenses que nunca tive o prazer de vê-los jogar, e daria tudo nesta vida para ter este privilégio, são: Heitor, Ministrinho, Lima, Junqueira, Waldemar Fiume, Oberdan Cattani, Dudu e Ademir da Guia. Já aqueles que acompanhei como torcedor no campo são: Velloso (meu primeiro grande ídolo), Careca Bianchesi, Cesar Sampaio, Evair, Edmundo, Zinho, Galeano, Edmundo, Arce, Marcos, Vagner, Valdivia  e Kleber.

No processo de elaboração do livro, houve alguma informação sobre o clube que o surpreendeu?
Sem dúvida que sim. A riqueza moral, social e esportiva da gente palestrina-palmeirense no período pesquisado [décadas de 10, 20 e 30] é algo que nos faz repensar a nossa conduta nos tempos atuais. A cordialidade. A harmonia.  A perseverança. O amor. A superação. O espírito combativo e empreendedor daquela gente é o maior patrimônio que nos foi legado. Resgatar estas premissas é missão de fé de todos aqueles que respeitam e amam o Palmeiras, para que os nossos filhos e netos possam sentir este mesmo orgulho que senti – e sinto – quando mergulho naquela época.

Qual o episódio mais curioso da história do Palmeiras?
São diversos. Mas o mais emblemático é a conquista palmeirense do Mundial Interclubes em 1951. Creio que ali é o ápice de um sonho alimentado durante anos e anos por aquele grupo de imigrantes italianos que fundaram o Palestra Itália nos idos tempos e tiveram a dignidade e o mérito de superar todos os obstáculos que lhes foram impostos e colocaram o nome do Palmeiras  em letras douradas no patamar mais alto da esfera esportiva.

Para terminar, o que acha da dobradinha entre futebol e literatura?
Acho vital. A literatura é uma ferramenta imprescindível para elevarmos a cultura do nosso povo. O futebol é uma linguagem universal que toca o coração dos brasileiros. Ter o privilégio de unir estes dois hemisférios é algo gratificante. Pois, além de um resgate histórico, estamos plantando uma semente que poderá germinar e mudar toda a humanidade. O homem sem a sabedoria contida nos livros estaria relegado a um destino errante.
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PALMEIRAS MEMÓRIA
Autor: FERNANDO RAZZO GALUPPO
Gênero: LITERATURA ESPORTIVA
Preço: 29,00
Acabamento: CAPA 4 CORES COM VERNIZ LOCALIZADO / MIOLO OFFSET 1x1
Formato: 16 x 23
N° de Páginas: 296
N° de ISBN: 9788573589290

 




PALMEIRAS POCKET
Autor: FERNANDO RAZZO GALUPPO
Gênero: POCKET BOOK ESPORTIVO
Preço: 12,90
Acabamento: CAPA 4 CORES COM VERNIZ LOCALIZADO / MIOLO OFFSET 1x1
Formato: 13,5 x 17
N° de Páginas: 104
N° de ISBN: 9788573589283
 

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Museu do Futebol inaugura a exposição "Ora, Bolas! O Futebol Pelo Mundo"

 
 

Museu do Futebol inaugura a exposição "Ora, Bolas! O Futebol Pelo Mundo"

 

Mostra inédita leva ao público mais de 50 imagens de registros do futebol ao redor do mundo. Vídeos e uma vitrine com bolas oficiais das Copas desde 1970 completam a exibição.

 

 

No dia 05/12, o Museu do Futebol – instituição do Governo do Estado de São Paulo, localizado no Estádio do Pacaembu – inaugura a mostra "Ora, Bolas! O Futebol Pelo Mundo". Com patrocínio da adidas, a exposição traz 51 fotos que mostram como um jogo de futebol pode ser improvisado em plena Muralha da China ou em um mosteiro budista em Mianmar.

 

Das imagens reunidas, 37 são do fotógrafo Caio Vilela, que pela primeira vez terá suas fotos expostas. As outras fazem parte das coleções editoriais e criativas da Getty Images Brasil, uma das mais respeitadas agências de criação e distribuição de conteúdo visual e multimídia. A mostra conta também com o apoio da Epson do Brasil para a impressão das fotos e fornecimento dos projetores utilizados na exposição.

 

Vídeos e textos levam aos visitantes informações e curiosidades sobre o futebol jogado em 24 países, como Iemên, Suazilândia, Camboja, entre outros. Quem for à exposição também terá a oportunidade de conferir uma vitrine com os modelos das 11 bolas, fabricadas pela adidas, das Copas do Mundo de 1970 até 2010.

 

As imagens retratam como a paixão pelo futebol é capaz de unir diferentes povos. "Não é difícil entender por que o futebol é um fenômeno mundial", diz Caio Vilela. "Jogar ou assistir, xingar ou aplaudir, brilhar ou trapacear. Há várias formas de participar", completa.

 

Caio começou a registrar o futebol de rua há cinco anos, durante suas viagens como jornalista da área de turismo. Durante esse tempo, flagrou curiosidades do esporte pelos cinco continentes. Suas fotos foram publicadas no livro "Futebol sem Fronteiras" (Panda Books), e tem seu lançamento marcado para o mesmo dia da abertura da mostra.

 

Para completar a mostra, a artista convidada Regina Silveira terá sua obra "O Jogador" (1981) exposta ao público. Professora da ECA-USP, a artista é conhecida desde a década de 1980 por obras que exploram perspectivas e sombras a partir do uso de diversos materiais.

 

A exposição pretende trazer ao visitante a cultura e os costumes de outros países e mostrar como o esporte aproxima as sociedades. A curadoria fica a cargo do jornalista esportivo e apresentador da Espn, Marcelo Duarte e do designer e editor de arte de diversas publicações, Augusto Lins Soares.

   

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Artigo: O MUSEU DO FUTEBOL, O POVO, A PALAVRA E A LEI

 

 O MUSEU DO FUTEBOL, O POVO, A PALAVRA E A LEI

 

*Antonio Goulart

 

O Museu do Futebol, esse ano, não comemorou um simples aniversário, mas, o seu primeiro ano de vida. Sim, digo vida, porque em respeito à força da expressão, as imagens unidas aos sons que os visitantes captam, os fazem transportar por um túnel do tempo e reviver hoje, a mesma  emoção de um gol, drible, delírio ou desespero da torcida ocorrida há 50 anos.

 

Esse sonho, que se transformou em realidade, é fruto do saber ouvir as pessoas diariamente, somado à prática de consultar assessores de campo e as principais autoridades no assunto. Mas, na verdade, a ideia estava em qualquer lugar que um cidadão vá nesse imenso Brasil. Estava em qualquer estado, município ou bairro. Estava nas esquinas, em qualquer campo sem grama que serve de palco a uma pelada. Isso porque os brasileiros jogam, discutem , vivem o futebol todos os dias.

 

Não à toa, um dos primeiros ambientes da visitação proposta no Museu chama-se "Pé do Futebol" e reafirma que tudo começa nos pés das crianças, pois são elas que se transformam nos grandes craques que fazem a historia que, no nosso país, está intimamente ligada à história do Futebol.

 

Por isso, um fato integrante dessa emocionante narrativa não pode ser esquecido. É que a biografia do museu é mais antiga, data de 1999, quando apresentei o Projeto de Lei 271/99 para a Câmara Municipal que previa a criação de um espaço dedicado ao futebol, sediado no estádio Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido como Pacaembu.

 

A aprovação do Projeto de Lei, no entanto, foi demorada: apenas em 2004 o projeto saiu do papel. Baseado na Lei 13.989, o Museu do Futebol surgiu por meio de uma parceria entre Câmara Municipal, Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Esportes, São Paulo Turismo e Fundação Roberto Marinho.

 

Realmente, quando um filho é prodígio, muitos querem ser o pai. E para mim é muito triste ver um filho ser adotado por outro pai, sem poder reclamar e lutar por sua paternidade a altura. Por outro lado, quando criamos um filho, o criamos para o mundo. E é para o Brasil que o Museu do Futebol foi criado e seus números, que reafirmam sua importância, estão aí para serem comemorados. A área de 6.900 m2 conta com quatro pavimentos, 1500 imagens e 6 horas de vídeo disponíveis aos visitantes que, em apenas um ano, chegaram a quase 400 mil.

 

É com orgulho que digo que o Museu do Futebol é o Museu da Educação, da Cultura e do Emprego, pois ele dá asas para a imaginação, educa e gera trabalho. Quem o visita descobre que o local não é só um templo do esporte. Nele, é possível aprender mais sobre os costumes e a história do Brasil.

 

Segundo pesquisa de avaliação e perfil socioeconômico e cultural, realizada pela empresa ADM Museografia e Educação, no início de 2009, o Museu do Futebol foi apontado por 98% dos visitantes como um museu de história, cerca de 70% dos entrevistados disseram que a visita ampliou os seus conhecimentos sobre a história do Brasil e 95% recomendariam a visita mesmo para quem não gosta de futebol.

 

Antonio Goulart - Lançado à vida política, o Vereador Goulart obteve seu primeiro mandato em 1996, com 23.336 votos e, na última eleição municipal, reelegeu-se pela quarta vez consecutiva com 90.054 votos de confiança da população paulistana.

Goulart vem se destacando como um dos membros mais atuantes da Câmara Municipal de São Paulo. Seu desempenho como vereador inclui a elaboração de projetos legislativos, participação em comissões técnicas permanentes e extraordinárias. Hoje, Goulart é membro da Comissão de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia.

O Vereador tem 60 Leis sancionadas e quase 183 Projetos de Lei significativos que ainda se encontram em tramitação, distribuídos em todas as áreas (educação, saúde, meio ambiente, cidadania, esporte, cultura e lazer, turismo, transporte, higiene, sistema viário, limpeza pública, urbanismo etc).

Entre seus projetos e leis, destacam-se:

*                           Kit de material escolar para crianças carentes (LEI 13.323);

*                           Uniforme escolar gratuito para estudantes da rede municipal (LEI 13.371);

*                           Tênis como complemento do uniforme para estudantes (LEI 14.064);

*                           Cria o Museu do Futebol (LEI 13.989);

*                           São Paulo Capital Mundial da Gastronomia (LEI 12.448);

*                           Proibição do uso de materiais de construção à base de amianto (LEI 13.113);

*                           Cria o Museu do Meio Ambiente (PL 366/08);

*                           Fisioterapeutas nos Centros de Educação Infantil (PL 172/07);

*                           Fisioterapeutas nos programas de assistência à saúde (LEI 14.963);

*                           Inclui mochila no kit de material escolar gratuito (PL 116/07).

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Artigo/ Oportunidades e desafios olímpicos

 

 

Oportunidades e desafios olímpicos

                                                                                                           Por Eduardo Pocetti*

No início de setembro, cerca de um mês antes da confirmação do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo sobre seus possíveis impactos econômicos. As análises basearam-se nos indicadores de três edições do grande evento: Barcelona (1992), Sydney (2000) e Pequim (2008).

Entre outras informações, o estudo revela que, em Barcelona, a taxa de desemprego caiu pela metade e permaneceu um terço menor do que no restante da Espanha. Os chineses, por sua vez, aproveitaram os Jogos de Pequim para fortalecer a imagem do país perante o mundo e para investir vigorosamente em infraestrutura, com a realização de obras que têm importância permanente para a população.

Em 2000, o setor da economia que mais se beneficiou com a exposição propiciada pelo evento foi o de turismo: o documento do Ipea informa que, entre os norte-americanos, o interesse pela Austrália como destino turístico cresceu 45%.

Num momento em que o Brasil está especialmente bem posicionado no cenário econômico mundial, o direito de sediar as competições é uma conquista mais do que bem-vinda, pois nos abre várias frentes de atuação e desenvolvimento.

Para o Rio de Janeiro, eterna cidade-símbolo do Brasil, a responsabilidade de se adequar às exigências inerentes a uma sede olímpica representa um enorme desafio – e, também, uma oportunidade valiosa para elevar o nível de emprego, aprimorar as obras de infraestrutura realizadas por ocasião dos Jogos Pan-Americanos, reforçar a imagem de paraíso tropical dotado de uma indústria turística madura e incrementar a segurança pública, que permanece como o calcanhar-de-aquiles da capital fluminense.

É certo que a economia brasileira como um todo, e a do Rio de Janeiro em particular, sentirá os impactos positivos dessa intensa movimentação: as expectativas de investimentos em obras e na organização dos Jogos, por parte de Município, Estado e Federação, giram em torno de R$ 30 bilhões.

A premência de obras necessárias gera um evidente impacto positivo no setor da construção civil, mas há desdobramentos saudáveis em inúmeros segmentos. Haverá aumento da demanda nos setores hoteleiro e de transportes (das empresas aéreas às prestadoras de serviço em rádio-táxi), no varejo, nas áreas de entretenimento, bares e restaurantes, nas telecomunicações...

A realização da Olimpíada representa, portanto, uma perspectiva e tanto no que se refere à geração de riqueza e emprego e de aumento de arrecadação, que se estenderá pelos próximos sete anos, ou talvez mais. Os jovens terão mais chance de conseguir seu primeiro posto de trabalho, os empreendedores encontrarão terreno fértil para lançar as sementes de um novo negócio e os administradores públicos serão desafiados a mostrar o melhor de sua competência.

Vale ressaltar que as promessas felizes não se restringem à cidade que sediará os Jogos. Afinal, as companhias especializadas em grandes obras de infraestrutura atuam em vários estados e, em momentos cruciais como este, é comum haver recrutamento de profissionais de várias partes para que os prazos sejam cumpridos, e as expectativas, atendidas.

Além disso, quais são as chances de um turista que venha para o Brasil querer ampliar sua visita para outras cidades do país? Enormes, sem dúvida! Cabe lembrar que teremos aqui não apenas torcedores, mas também atletas e profissionais das comissões técnicas de todos os continentes. O trânsito desses turistas por outras cidades fluminenses, e até por outros estados do país, é bastante promissor.

Para que tudo dê certo – não é exagero afirmar que, neste momento, todo brasileiro se torna um anfitrião ansioso por receber seus visitantes de maneira impecável – os gargalos precisam ser solucionados. Do fornecimento de internet banda larga ao suprimento de energia, passando pela necessidade de assegurar a sustentabilidade de cada projeto que será efetuado, há muitas arestas a serem aparadas e detalhes a serem observados.

O sucesso depende de um bom alinhamento entre os setores público e privado, do planejamento racional e da constante busca de eficiência por parte de todos os atores envolvidos nessa imensa força-tarefa. É fundamental, também, que os princípios da ética e da transparência sejam obedecidos rigorosamente.

E nós, cidadãos brasileiros, temos o dever de nos inspirar nos exemplos dos grandes atletas. Juntos, vamos buscar a máxima performance no cumprimento das nossas atribuições! Somos agora uma nação-equipe, imbuída da missão de fazer a tocha olímpica de 2016 brilhar com mais intensidade que nunca!

*Eduardo Pocetti é CEO da BDO, quinta maior empresa de auditoria no Brasil e no mundo

Artigo/ Esporte verde


Esporte verde

 

Antonio Carlos Porto Araujo *

 

Os eventos esportivos mundiais são um espetáculo fascinante: reúnem os melhores atletas de diferentes países, atraem um público vasto e funcionam como vitrine para as belezas (naturais, históricas, artísticas) da nação anfitriã, além de ressaltar o poder de organização de seus dirigentes e a hospitalidade de seu povo.

Por todas essas características, os grandes eventos sempre foram objetos de desejo para os países. Sediar uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada é uma chance valiosa para angariar investimentos, atrair turistas e ganhar evidência.

Porém, em um mundo cada vez mais atento às questões ambientais, já não é tão simples construir um novo estádio ou criar as infraestruturas necessárias para comportar um evento de dimensão mundial. A preocupação com os impactos das atividades humanas sobre a natureza tem obrigado os arquitetos a elaborar projetos sustentáveis, que tenham viabilidade ambiental e econômica comprovada.

O desafio de atender às novas exigências é enorme, mas nem por isso as cidades mais importantes do mundo abriram mão do direito de abrigar as Olimpíadas de 2016. E, para demonstrar que estariam preparadas para acolher a mais célebre das competições, as concorrentes previram investimentos de bilhões de dólares em infraestrutura.

Em meio a esse acalorado debate, vencido pelo Rio de Janeiro, um murmúrio persistente se vez ouvir nos bastidores brasileiros: as nossas cidades estariam aptas a dar conta de um evento internacional? Será que, até a data dos jogos, conseguiríamos efetuar as melhorias necessárias em nossos aeroportos e meios de transporte urbanos, sistema de segurança pública, infraestrutura hoteleira etc.?

Além destas questões, surgem outras: a cidade de São Paulo, por exemplo, discute a conveniência de construir, para a Copa de 2014, um novo estádio de futebol, independentemente das reformas milionárias que serão feitas nos estádios do Morumbi e Pacaembu.

Nesse sentido, é permitido aventar outra hipótese, com vistas a comportar não apenas os jogos de futebol, mas também outras atrações.

A ideia seria construir uma arena multiuso, ampla e inteligentemente estruturada, com um caráter versátil que permitiria seu uso intenso por todos os setores da sociedade, para shows esportivos, artísticos e culturais.

O lugar ideal para a construção desse grande complexo, com aproximadamente 300 mil metros quadrados de área, seria a região hoje apelidada de "Cracolândia", que, assolada pelo tráfico de drogas, tornou-se um triste símbolo da degradação do centro de São Paulo.

No entanto, a região dispõe de localização privilegiada e ótima acessibilidade, com integração rápida e intermodal (trem, ônibus, metrô), e fica próxima da futura parada do trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

Seu entorno é bem servido de hotéis e restaurantes, e um projeto de excelente potencial turístico motivaria os empresários do ramo a inaugurar e expandir estabelecimentos na região.

O aproveitamento da área resultaria em inúmeras vantagens, mas a principal delas, certamente, é a revitalização de um ponto importante da cidade. O peso simbólico da vitória da saúde sobre as drogas, da cidadania sobre a marginalidade, faria um enorme bem à autoestima dos brasileiros e fortaleceria a nossa certeza de que a redenção é possível – basta haver planejamento e disposição para agir e transformar!

 

* Antonio Carlos Porto Araujo é consultor da área de sustentabilidade da Trevisan.

E-mail: antonio.carlos@trevisan.com.br.